Stephen Hawking: suas teorias e o legado na cosmologia

Stephen Hawking, conhecido mundialmente por suas contribuições revolucionárias à física e cosmologia, é um exemplo extraordinário de superação e determinação. Sua capacidade de transformar conceitos complexos em algo acessível, enquanto enfrentava uma doença devastadora, inspirou milhões ao redor do mundo. Neste artigo, exploramos a jornada de vida e o legado de Hawking, desde sua infância até suas descobertas mais impactantes. Vamos embarcar nessa incrível história de resiliência e genialidade.

Stephen Hawking

Stephen Hawking e o impacto de Uma Breve História do Tempo

Em 1988, Stephen Hawking lançou um livro que desafiaria todas as expectativas de sucesso comercial para obras científicas: Uma Breve História do Tempo. Um livro que tratava de temas como mecânica quântica, relatividade geral e buracos negros, assuntos considerados altamente técnicos e de difícil compreensão, vendeu surpreendentes 25 milhões de cópias e entrou para o Guinness Book. Essa conquista não foi apenas um marco na divulgação científica, mas também uma prova da genialidade de Hawking em traduzir conceitos complexos para o público leigo.

O que torna essa história ainda mais fascinante é o fato de que Hawking, desde jovem, já mostrava sinais de uma mente brilhante, mas com desafios imensos pela frente. Seu livro não só se tornou uma obra fundamental, mas abriu caminho para uma nova forma de divulgação científica, aproximando a ciência de todos.

A infância e o início do interesse científico

O nascimento de Stephen William Hawking em 1942, exatamente 300 anos após a morte de Galileu Galilei, foi um presságio do impacto que ele teria no mundo da ciência. Criado em uma família que valorizava profundamente a educação e a cultura, o jovem Stephen não demonstrava, inicialmente, ser um estudante brilhante. Muito pelo contrário, ele chegou a ter dificuldades para aprender a ler, algo que só foi resolvido quando ingressou em uma escola que aceitava meninos mais novos, onde o ambiente o ajudou a se desenvolver.

Hawking sempre se interessou por criar e construir coisas. Sua curiosidade pela ciência começou a tomar forma quando, aos 16 anos, ele montou um computador utilizando peças de relógios e telefones antigos. Esse primeiro contato com a tecnologia, aliado à inspiração de um professor de matemática, foi decisivo para que ele escolhesse seguir o caminho acadêmico. O interesse pela matemática e a física começou a crescer exponencialmente.

Oxford e o desejo de estudar cosmologia

Quando chegou o momento de escolher uma carreira, o jovem Hawking enfrentou um dilema familiar: seu pai queria que ele seguisse medicina, uma área com mais oportunidades profissionais, mas Stephen sabia que seu verdadeiro interesse estava em ciência, especificamente em matemática e física. Após um acordo com seu pai, ele entrou para a Universidade de Oxford, onde cursou física e química.

No entanto, a vida em Oxford não foi fácil para ele. No início, Stephen se sentia solitário e isolado, com dificuldades para fazer amigos. Isso mudou quando ele decidiu entrar para o time de remo da universidade, o que o ajudou a se enturmar e a encontrar sua paixão pela ciência.

Mas mesmo em Oxford, Hawking já demonstrava uma certa “preguiça” acadêmica, estudando no máximo uma hora por dia. Seu gênio era tão grande que ele achava as matérias fáceis, mas esse comportamento despreocupado quase o impediu de entrar em Cambridge, onde ele sonhava fazer doutorado em cosmologia. Apesar das dificuldades, Stephen conseguiu a nota necessária e, com sua confiança característica, convenceu os professores de Oxford a lhe darem a oportunidade de seguir seus estudos em Cambridge.

A descoberta da esclerose lateral amiotrófica (ELA)

Ao ingressar em Cambridge, aos 21 anos, Stephen começou a notar dificuldades motoras que pareciam surgir do nada: quedas repentinas, dificuldades em falar e em controlar seus movimentos. Esses sintomas o levaram a consultas médicas que resultaram no diagnóstico devastador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa incurável. Os médicos lhe deram apenas dois anos de vida.

Essa notícia foi um baque gigantesco para o jovem cientista. Inicialmente, Stephen considerou abandonar seus estudos, mas o apoio de sua família e de seu orientador o fez continuar. Ele passou a se dedicar profundamente à ciência, acreditando que, mesmo com pouco tempo de vida, poderia contribuir com algo significativo.

O diagnóstico mudou sua vida de diversas maneiras, mas, ao contrário do que se poderia imaginar, Hawking não se entregou à doença. Ele decidiu que faria o máximo possível com o tempo que lhe restava.

A revolução dos buracos negros e a radiação Hawking

Em 1966, aos 24 anos, Stephen Hawking apresentou sua tese de doutorado, focando na teoria da relatividade geral de Einstein. Uma de suas maiores contribuições para a física foi a descoberta de que os buracos negros não eram entidades eternas e imutáveis. Ele demonstrou que, ao contrário do que se pensava, os buracos negros emitem uma forma de radiação, que hoje é chamada de radiação Hawking.

Essa teoria, que inicialmente não foi muito bem aceita, revolucionou a compreensão sobre os buracos negros e o universo. Com o tempo, a descoberta foi reconhecida como um marco na física teórica e consolidou Hawking como um dos maiores gênios de seu tempo.

No entanto, a descoberta da radiação Hawking também gerou um grande problema para a física: o paradoxo da informação dos buracos negros, que coloca em questão o que acontece com as informações de tudo o que é sugado por um buraco negro. Esse paradoxo ainda intriga os cientistas, e a solução definitiva continua a ser um dos maiores desafios da física moderna.

Uma celebridade mundial e o impacto na cultura pop

A partir dos anos 70, Stephen Hawking se tornou uma figura de destaque não apenas no campo científico, mas também na cultura pop. Ele participou de séries como Star Trek, The Simpsons e The Big Bang Theory, além de emprestar sua voz para uma música da banda Pink Floyd. A popularidade de Hawking cresceu ainda mais com o lançamento de sua biografia no cinema, A Teoria de Tudo, que narra sua vida e sua luta contra a ELA, e rendeu um Oscar para o ator Eddie Redmayne.

Sua cadeira de rodas motorizada e sua voz eletrônica se tornaram símbolos icônicos de sua identidade, e ele usou seu humor para enfrentar as dificuldades da doença, muitas vezes brincando com sua condição em entrevistas e aparições públicas.

A contribuição contínua à ciência e a busca pela Teoria de Tudo

Mesmo com sua saúde se deteriorando, Hawking nunca parou de trabalhar. Ele continuou a desenvolver teorias, como o modelo de universo sem limites, e a contribuir para o avanço da ciência até seus últimos dias. Sua busca incansável pela Teoria de Tudo, uma equação que uniria todas as leis da física, nunca foi totalmente realizada, mas suas contribuições lançaram as bases para futuras descobertas.

Além de seu trabalho científico, Hawking era um defensor fervoroso da ciência como uma ferramenta essencial para a sobrevivência da humanidade. Ele alertou para os riscos das mudanças climáticas, da guerra nuclear e do desenvolvimento descontrolado da inteligência artificial.

O legado de Stephen Hawking

Stephen Hawking faleceu em 14 de março de 2018, uma data cheia de coincidências: o mesmo dia em que Albert Einstein nasceu e que representa os primeiros dígitos do número pi. Suas cinzas foram colocadas na Abadia de Westminster, ao lado de gigantes como Isaac Newton e Charles Darwin, consolidando sua posição entre os maiores cientistas da história.

Mesmo após sua morte, seu legado continua vivo, seja através de suas contribuições científicas, de suas obras de divulgação ou de sua imagem na cultura pop. Ele nos deixou uma mensagem importante sobre a fragilidade da vida, a importância da ciência e a necessidade de respeitar nosso planeta.


Conclusão

Stephen Hawking é um exemplo de como o ser humano pode superar as adversidades e deixar um legado transformador. Mesmo enfrentando uma doença devastadora, ele continuou a trabalhar, a contribuir para a ciência e a inspirar milhões de pessoas ao redor do mundo. Seu impacto vai muito além da física, tocando questões filosóficas e existenciais sobre o nosso lugar no universo.

Sua história nos ensina que, independentemente dos desafios que enfrentamos, podemos encontrar formas de alcançar o nosso potencial máximo. Stephen Hawking não apenas esticou seu tempo de vida, como também estendeu os limites do que sabemos sobre o cosmos. Ele será sempre lembrado como um gênio que, com seu incrível senso de humor e determinação, nos mostrou o valor da ciência e da curiosidade humana.

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